Ó
Abre alas
Chiquinha
Gonzaga (1847-1935), nome artístico de Francisca Edwiges Neves Gonzaga, foi uma das mais importantes
pianistas e compositoras brasileiras da segunda metade do século XIX e início
do século XX. O seu nome está associado ao desenvolvimento do choro como música
popular urbana e à sua institucionalização como música de pleno direito na
sociedade brasileira.
A sua amizade com Nair de Tefé, mais tarde mulher do Presidente brasileiro Hermes da Fonseca, permitiu-lhe levar o
choro para os salões da alta burguesia e inclusivamente para o Palácio Catete,
então palácio presidencial onde tocou acompanhada inclusivamente pela própria
mulher do Presidente.
Chiquinha Gonzada, filha de um rico general
brasileiro e de uma negra de extração humilde - a sua mãe era filha de escravos
alforriados – foi igualmente uma lutadora antirracista e participou em várias
iniciativas pelos direitos das mulheres. Viveu em Paris e em Lisboa vários
anos.
Compôs numerosas peças, nomeadamente polcas,
valsas, tangos e também obras no género choro. Foi a primeira mulher brasileira
a dirigir uma orquestra.
Ó
Abre alas, composição de 1899, é a primeira marcha carnavalesca
conhecida, tendo criado um género que se tem prolongado em rica tradição musical
até hoje.
A sua vida, luta e obra é um grande exemplo
para a emancipação das mulheres e dos negros em todo o mundo.
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