segunda-feira, 3 de julho de 2017

Ó Abre alas



Ó Abre alas

Chiquinha Gonzaga (1847-1935), nome artístico de Francisca Edwiges Neves Gonzaga, foi uma das mais importantes pianistas e compositoras brasileiras da segunda metade do século XIX e início do século XX. O seu nome está associado ao desenvolvimento do choro como música popular urbana e à sua institucionalização como música de pleno direito na sociedade brasileira.

A sua amizade com Nair de Tefé, mais tarde mulher do Presidente brasileiro Hermes da Fonseca, permitiu-lhe levar o choro para os salões da alta burguesia e inclusivamente para o Palácio Catete, então palácio presidencial onde tocou acompanhada inclusivamente pela própria mulher do Presidente.

Chiquinha Gonzada, filha de um rico general brasileiro e de uma negra de extração humilde - a sua mãe era filha de escravos alforriados – foi igualmente uma lutadora antirracista e participou em várias iniciativas pelos direitos das mulheres. Viveu em Paris e em Lisboa vários anos.

Compôs numerosas peças, nomeadamente polcas, valsas, tangos e também obras no género choro. Foi a primeira mulher brasileira a dirigir uma orquestra.

Ó Abre alas, composição de 1899, é a primeira marcha carnavalesca conhecida, tendo criado um género que se tem prolongado em rica tradição musical até hoje.

A sua vida, luta e obra é um grande exemplo para a emancipação das mulheres e dos negros em todo o mundo.

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