segunda-feira, 31 de julho de 2017

O mundo é um moinho



O mundo é um moinho

Cartola (1908-1980), nome artístico de Angenor de Oliveira, descendente de pessoas escravizadas, viveu na favela da Mangueira, a pobreza impediu-o de estudar ficando apenas com a instrução primária, foi servente em obras da construção civil, mas cedo mostrou um excepcional talento musical compondo vários sambas, sendo unanimemente considerado o maior compositor deste género musical.

O mundo é um moinho é um dos seus temas mais famosos. É uma canção triste de despedida, de fim de um amor, mas de tons pessimista e amargos.
Ouça-me bem, amor
Preste atenção, o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos, tão mesquinhos
Vai reduzir as ilusões a pó

Preste atenção, querida
De cada amor tu herdarás só o cinismo
Quando notares estás à beira do abismo
Abismo que cavaste com os teus pés



Apesar do seu talento viveu sempre na pobreza, passando por várias favelas, e só aos 64 anos conseguiu gravar o seu primeiro disco. Muitos artistas compravam a baixo preço as suas composições que depois lançavam com êxito.


domingo, 30 de julho de 2017

Asa Branca



Asa Branca

Luiz Gonzaga (1921-1989), nasceu e cresceu pobre, o pai um humilde trabalhador rural que vivia numa casa de terra batida no interior de uma fazenda de um grande latifundiário, e viveu uma vida atribulada, mas pelo seu enorme talento de compositor de raiz popular tornou-se um cantor popular, impondo-se como o Rei do Baião.

Asa Branca é uma canção sobre a seca que ciclicamente se abate sobre o Nordeste e na ausência de políticas sociais adequadas obriga ao êxodo de homens e animais, incluindo os pombos de asa branca. Foi composta por Luiz Gonzaga em colaboração com Humberto Teixeira (1915-1979) em 1947.
Por farta d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão
Inté mesmo a asa branca
Bateu asas do sertão
Então eu disse, adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração

O baião é um género musical brasileiro de fundas raízes africanas típico da zona Nordeste do Brasil.