sábado, 18 de fevereiro de 2017

A CAntiga é uma arma



A Cantiga é uma Arma

Esta canção de José Mário Branco que a cantou com o GAC - Vozes na Luta pode ser justamente considerada como o manifesto dos cantores de intervenção da Revolução dos Cravos. Ela contém todo um programa artístico de largo fôlego, nunca completamente realizado e completamente atual.

Começa por constatar várias formas de estar na música popular
há cante por interesse
há quem cante por cantar
há quem faça profissão
de combater a cantar
e há quem cante de pantufas
para não perder o lugar

e por se colocar longe de outros géneros musicais
O faduncho choradinho
de tabernas e salões
semeia só desalento
misticismo e ilusões
canto mole em letra dura
nunca fez revoluções

faz depois uma opção ideológica e política clara
a cantiga é uma arma· (contra quem?)
Contra a burguesia

e por último especifica os requisitos para que seja eficaz

 Se tu cantas a reboque
não vale a pena cantar
se vais à frente demais
bem te podes engasgar

a cantiga só é arma
quando a luta acompanhar





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